A síndrome do impostor não é considerada uma doença oficial pelos manuais de transtornos mentais nem pela Organização Mundial da Saúde, mas é um termo utilizado pelo senso comum para caracterizar pessoas que duvidam da sua própria capacidade para atingir bons resultados.
Embora possa estar presente em diversos contextos, esse desafio psicológico é mais frequentemente associado ao ambiente profissional, onde muitas pessoas sentem-se uma fraude, ainda que seus resultados mostrem-se diferentes.
Mesmo sendo um tema de grande interesse, ainda são poucos os estudos mais robustos e estruturados para compor a literatura científica. Mas já sabe-se que esse fenômeno psicológico, cada vez mais comum, está associado a pensamentos e emoções que fazem a pessoa duvidar do próprio valor, mesmo tendo conquistas reais. Esse sentimento pode estar relacionado a transtornos de ansiedade, depressão, baixa autoestima e até a um perfeccionismo excessivo, o que acaba interferindo e causando prejuízos na vida pessoal e profissional.
A síndrome do impostor refere-se também a pensamentos que reforçam a perda de confiança em si e a sensação de que o sucesso atingido não foi merecido. Você já deve ter escutado por aí ou até mesmo pensado coisas, como:
- Não sou bom o suficiente para fazer uma determinada tarefa;
- Daqui a pouco alguém vai descobrir que não sou “tão competente assim”;
- Daquela vez que eu fiz uma boa entrega, só deu certo porque tive sorte ou alguém me ajudou; (não por merecimento)
- Os elogios que recebi foram porque a pessoa queria ser educada/ gentil comigo;
- A qualquer momento vão perceber que outra pessoa mais qualificada deveria estar no meu lugar;
Note que muitas vezes está vinculado a uma crença de não sentir-se merecedor de estar onde está, de correr o risco de ser descoberto de estar enganando as pessoas e a qualquer momento ficará exposto.
Procrastinação e a síndrome do impostor
Quem lida com a síndrome do impostor costuma também enfrentar a procrastinação. Isso acontece porque, ao duvidar da própria capacidade, a pessoa se sente insegura diante de novos desafios e acaba adiando tarefas por não se sentir pronta o suficiente para encará-las. Por isso, a procrastinação aparece como uma forma de evitar o desconforto — não porque a pessoa é preguiçosa ou desorganizada, mas porque está tomada pela insegurança e pelo medo de falhar. Isso faz com que ela adie decisões, projetos ou até oportunidades que poderiam trazer crescimento.
Um comportamento bem comum em quem sofre com síndrome do impostor é a autossabotagem. A pessoa, muitas vezes sem perceber, age de forma a confirmar a ideia de que não é capaz ou não merece. Esse comportamento pode ser observado quando a pessoa deixa uma tarefa importante pra última hora, não se dedica como poderia, e acaba entregando algo abaixo do seu potencial. O resultado ruim reforça a crença de incapacidade — criando um ciclo em que a própria procrastinação serve como prova de que ela “não é boa o bastante”.
Como o “impostor” se relaciona com outras pessoas
As pessoas que se identificam como “impostoras” normalmente não ficam confortáveis em receber elogios e quando isso ocorre, acreditam que não foi tão bom assim, não reconhecem os seus méritos e pensam que qualquer outra pessoa teria feito o mesmo.
Aliás, a sua crença é que sempre alguém faria algo melhor. Não consegue se ver de uma forma realista, pois a “lente” através da qual se olha é bastante rigorosa e exigente. Numa comparação com outras pessoas, se vê frequentemente como “inferior”.
Como lidar com a síndrome do impostor?
Uma “armadilha” comum às pessoas que lidam com a síndrome do impostor é acreditarem que ainda não são boas o suficiente e com isso condicionam experimentar uma prática nova somente depois de fazer mais um curso, mais uma mentoria, a leitura de mais um livro… trata-se de uma armadilha porque esse comportamento serve de pretexto para evitar ir para a arena, para a execução. Por outro lado sabe-se que uma habilidade pode ser aprimorada, mas para isso precisa ser iniciada e testada, até mesmo para saber o que precisa ser melhorado.
Sugestões para lidar com a síndrome do impostor
- Cheque se os seus pensamentos correspondem a realidade ( nem tudo que pensamos é uma verdade absoluta); busque evidências para confirmar ou refutar os pensamentos habituais, peça o feedback de alguém que você confia;
- Analise como se estivesse olhando a situação de fora e avaliando outra pessoa, como você perceberia a situação? (tendemos a ser mais rigorosos com a gente mesmo);
- Identifique se um pensamento recorrente de não ser capaz pode ser substituído por um pensamento alternativo, como: na situação X eu me saí muito bem, na Y eu acertei em tais aspectos e poderia melhor em outros;
- Reconheça seus méritos no percurso, vá além de olhar as oportunidades que alguém talvez tenha lhe dado
Com o passar do tempo você deve passar a se perceber diferente, reestruturar seus pensamentos e com isso tende a reduzir atitudes que prejudiquem a chegada aos seus objetivos.
Caso precise de ajuda profissional, agende a sua consulta agora mesmo que eu te apoio neste processo.